logo

Jacaré-anão é encontrado por pesquisadores pela 1ª vez em área alagada no Pantanal em Cáceres


Por Leonardo Merçon

Jacaré-anão é encontrado por pesquisadores pela 1ª vez em área alagada no Pantanal em Cáceres

A presença da espécie jacaré-anão foi encontrada por pesquisadores, pela primeira vez em uma planície alagada do Pantanal, na Estação Ecológica do Taiamã, em Cáceres, a 250 km de Cuiabá. 


Esse animal é considerado o menor do mundo, segundo a bióloga Jéssica Rhaiza Mudrek, que participou da descoberta.O ambiente preferencial desses animais são córregos pequenos. O jacaré-anão também é encontrado em córregos menores de Cuiabá, mas foi a primeira vez que, segundo ela, o animal foi avistado em uma área alagada do Pantanal, apesar de já ter sido registrado em outros pontos secos do bioma.


“Ele é uma espécie que menos apresenta estudos, porque ele tem hábitos noturnos e, geralmente, está associado com córregos pequenos de água limpa e correnteza. Ele não é tão facilmente visualizado como o jacaré do Pantanal, que ele não fica tomando muito sol. A temperatura corporal dele é mais amena. Então, ele precisa de lugares sombreados”, contou. A pesquisa foi iniciada com um grupo de pesquisadores da Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat) e junto com a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), para estudar a absolvição de agrotóxicos por grupos de animais. No entanto, o projeto foi paralisado antes da conclusão.

 

“Ao longo dos estudos no Rio Paraguai, dentro de Mato Grosso, a gente avaliou como está a estruturação populacional dos crocodilianos. No caso, tinham alguns pontos que só ocorriam jacaré do Pantanal e outros também ocorriam o jacaré-anão”, disse.

 

Especificamente na Estação Ecológica do Taiamã, os pesquisadores perceberam que onde estava o jacaré-anão, o mesmo local não era encontrado o jacaré do Pantanal.“Mesmo que eles tivessem no mesmo ponto, o jacaré-anão estaria numa margem do rio e o do Pantanal estaria na outra margem”, afirmou.

Trabalho em campo


Para realizar a pesquisa, o grupo ficava em campo pelo menos por 12 dias. Segundo a bióloga, ela percorria cerca de 3 quilômetros de barco por dia para fazer o monitoramento dos animais.


Durante as idas, eram capturados os animais e levados até a base, onde era feita a pesagem, medidas, coleta de sangue e marcação dos jacarés. Após todo levantamento, eles eram soltos nos mesmos postos de captura.Os estudos do grupo, no entanto, não chegaram a serem finalizados em 2020.


As coletas começaram em 2018, teve uma paralisação em 2019, houve uma retomada e depois parou novamente devido à pandemia.
A forma de chamar mais uma atenção para a reserva Taiamã foi através da pesquisa, por ser uma espécie diferente ainda não encontrada lá, até então. “O estudo foi uma forma boa para chamar a atenção dos pesquisadores para a reserva”, finalizou.