Por Dr. Paulo Rebuli
Sou simples:
Nada complexo.
Uma cápsula proteica,
Que se reproduz sem sexo.
Meu nome vem do latim:
Fluído venenoso, toxina...
E nem sei se sou bom ou ruim,
Só não gosto de rotina.
Por isso eu sou mutante:
Antes lá, agora aqui...
Mudo a todo instante,
Sempre adiante e por aí.
Ás vezes fico no ar,
Atiro-me num espirro,
Estou sempre a viajar,
Se me levam nuca embirro.
Gosto muito das gentes.
Tanto, tanto que de multidões.
Com elas vou sempre à frente,
Quanto mais forem os esbarrões.
Sou louco por narizes:
Viagem de primeira classe.
Gosto quando os coçam felizes,
Para assim se dar o enlace.
Nuca desejo fazer o mal,
Viajando por suas “air-vias”,
Não queria ser fatal,
Estando em suas companhias.
Mas já ouvi alguém dizer,
Em tom muito revoltado,
Que fiz muita gente morrer,
Por ter com cada um viajado.
Se é assim! Negue-me então carona.
Fique em casa, lave as mãos...
Se álcool em gel é bacana,
Pode ser também água e sabão.
Já aviso! Vou circular por aí.
Não me culpe se for descuidado.
O melhor remédio é prevenir,
Para não chorar sobre o leite derramado.
PC Rebuli
Cuiabá - MT
19/03/2020